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Crise aumenta a busca por serviços de consultorias

Situação econômica tem forçado as empresas a revisarem suas operações e identificar gastos desnecessários que oneram e prejudicam os negócios

Autor: Ana Paula SilvaFonte: Fenacon / DCI - Diário Comércio Indústria & ServiçosLink: http://www.fenacon.org.br/noticias-completas/2880

O atual cenário econômico de crise tem proporcionado aumento na procura por consultorias de serviços como redução de custos. Segundo especialistas ouvidos pelo DCI, a busca por empresas com essa atividade cresceu de 30% a 50% este ano.

Quem comemora o aumento da demanda são empresas como Expense Reduction Analytics (ERA), Recruiting Executives & Development ( RED) e S&H Consultoria. Segundo elas, a maioria dos clientes, quando estão com os negócios em momento de bonança, acabam perdendo o feeling para verificar se estão sendo eficientes ou se os gastos aumentaram por falta de atenção.

Na S&H, a demanda cresceu 33% no primeiro semestre deste ano. A empresa tem a perspectiva de terminar 2015 com crescimento acima de 40%. Na avaliação de Adriano Stringher, sócio da consultoria especializada em gestão financeira, o primeiro passo não é cortar funcionários diferentemente do que muitos pensam.

"Inicialmente devemos identificar o que está indo bem na empresa e em paralelo interromper o que não está dando certo", explicou ele. Stringher indica outras etapas importantes, como replicar atividades que têm bons resultados, porém de forma mais barata, além de atuar com a carteira de clientes com estratégias específicas. "São algumas alternativas consideradas eficientes para obter redução de gastos em uma empresa."

Depois dessas etapas realizadas, aí então pode surgir a consequência de ter de realizar algumas demissões, ressalta o sócio da S&H. Ele ainda lembra que as empresas deveriam rever suas operações de forma detalhada de dois em dois anos pelo menos.

O máster franqueado da rede ERA, Fernando Macedo, também defende que o primeiro passo para reduzir gastos não está no corte da folha de pagamento. "Nessa época de crise é natural que as empresas atirem para o lado do funcionário, mas somos contra", afirma. "Quando você contrata uma pessoa, você investe em vários itens, entre eles o treinamento." Neste ano, a demanda da ERA aumentou em 50%. A rede de franquia é especializada em redução de custo de empresas dos mais diversos segmentos e portes.


Planejamento

Trabalhar o presente, mas fazer projeções para o futuro é outro ponto de destaque na opinião do máster franqueado da ERA. Para ele, no primeiro momento é bem importante avaliar como está a operação da empresa. "Se você fizer uma análise correta sobre a receita da empresa e projetar a receita e o posicionamento dela daqui alguns meses ou anos terá uma visão privilegiada para operar no mercado."

Macedo diz que as organizações precisam pensar no que vai acontecer no mercado em que atuam. "Tenho clientes que se preparam para a crise há dois anos", explicou, ao defender que projetar a rentabilidade da empresa irá dar ao empresário um parâmetro com várias informações. Com isso, a empresa começará a economizar e melhorar a operação, indicou Macedo.


Setores

"Felizmente os empresários e os gestores estão olhando com mais carinho para todos os itens que permeiam a empresa. Mas é inegável dizer que a mira ainda é o corpo de funcionários. Somos contra esse conceito", destacou o máster franqueado da ERA. Ele lembra que o campeão de gastos da maioria das corporações são as áreas de telecomunicações e tecnologias. O fato está relacionado ao dinamismo do setor. "Os movimentos são muito rápidos. É importante estar atendo às mudanças de pacotes de minutos, por exemplo".

O sócio da S&H, Adriano Stringher, concorda com Macedo. "Olhar de forma segmentada para as diversas áreas da empresa pode gerar ações assertivas na hora de fazer uma redução de custos", comenta. Ambos os executivos acreditam que ficar atento a pequenos detalhes na operação são ações que podem ajudar a não onerar a empresa.

Neste quesito também estão os benefícios aos funcionários, segundo a founder partner da consultoria de recursos humanos RED, Daniela Lopes. "Em média, as empresas pagam até dois meses de convênio médico e vale refeição para ex-funcionários. Pagar benefícios a funcionários que foram demitidos recentemente ainda é muito comum", ressalta.

Por outro lado, Daniela comenta que os consultores da área de recursos humanos estão mais atentos no que diz respeito à gestão interna dos clientes. Para ela, a má gestão de atividades também prejudica a organização. "Horas extras por falta de uma gestão eficiente e faltas não justificadas podem gerar uma falsa necessidade de aumentar o quadro de funcionários", explicou a especialista no segmento.

Sem abrir valores de faturamento, a Recruiting Executives também garante ter registrado aumento na demanda por serviços de redução de custo e comemora o período aquecido.